circuito da boavista

Centenas de visitantes assistiram às provas de qualificação do Circuito da Boavista na parte de fora do gradeamento, junto à pista, enquanto as bancadas permaneciam pouco compostas.

Para os aficcionados do desporto automóvel, que ontem vibraram com o segundo dia do evento, a decorrer no Parque da Cidade, no Porto, a culpa é da crise. Que o diga Carlos Campos, de 57 anos, que logo pela manhã montou um andaime, com cerca de cinco metros de altura, junto à rede exterior da pista, e por lá ficou durante todo o dia. Com ele estiveram sempre a família e os amigos que até levaram um farnel.

Os 1ºs comentários do Circuito da Boavista

“Os bilhetes são caros. Os mais baratos são aqueles na fila de baixo e aí só se vêem as antenas dos carros. Mais vale juntar a família e os amigos e ficar por aqui”, disse o carpinteiro natural de Matosinhos. “Fui à padaria comprar o almoço e o lanche e às 07h00 já aqui estava a marcar o meu lugar. Vejo muito bem e não gasto dinheiro nos bilhetes”, acrescentou.

A opinião é partilhada por mais apreciadores de corridas motorizadas. A crise é apontada como o principal factor para muitos preferirem assistir ao espectáculo na parte de fora.

Ambiente nas bancadas do Circuito da Boavista

“Aqui fora há mais oportunidade de escolher um bom lugar. Se comprasse o bilhete teria um local imposto e teria de gastar fortunas. Gosto de andar a percorrer vários locais e ter diferentes pontos de vista”, afiançou Pedro Pereira que foi ao certame acompanhado por um amigo. “Aqui fora há mais obstáculos. Na bancada é bem melhor, mas aqui há mais variedade”, corroborou Luís Guedes.O sol levou a que as bancadas interiores tivessem maior adesão do público, comparativamente ao primeiro dia.

No entanto, o recinto esteve longe da enchente aguardada pela organização.

“Quem não tem dinheiro não tem vícios. Temos de optar sempre pela solução mais rentável para o nosso bolso”, rematou Carlos Campos.”O DIA FOI MUITO FRACO”

Como a grande maioria dos visitantes prefere ficar no exterior a assistir às provas, os comerciantes das roulotes são os que mais lucram.

Negócio com o Circuito da Boavista

“Vendo muita cerveja e muitos cachorros, mas confesso que pensei que fosse muito melhor este ano do que o ano passado”, disse ao CM Joaquim Rocha, de 46 anos, dono da roulote Euro Bar, localizada em plena estrada da Circunvalação, no Porto.

“O dia hoje [ontem] foi muito fraco. Há pouco público. Espero que de hoje a quinze dias [no fim–de-semana da grande final mundial da prova de turismo] o negócio corra três vezes melhor do que este”, acrescentou o comerciante que já participa no certame pela segunda vez.A primeira fase do Circuito da Boavista termina hoje às 17h00 com mais provas de qualificação.

Falta saber como será o próximo evento do Circuito da Boavista em Portugal, com a crise e FMI presentes por cá.