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Numa rotunda de Rio Tinto, deparei-me com este cenário e tirei fotografia com o meu telemóvel Nokia N81: ao todo, são 5 anúncios dos partidos políticos candidatos para as Legislativas de Outubro. Já tinha reparado no oceano de cartazes espalhados por todo lado, mas chegar ao cúmulo de serem colocados 5 ou 6 cartazes na mesma rotunda, é para dizer “viva a caça ao voto”  , ou então “vota no meu taxo”!

Será que não poderiam poupar dinheiro dos cartazes e investi-lo em prevenção da Gripe A , ou fazer donativos a escolas/creches/lares de 3ª idade que tanto dizem ser necessário? Ou comprar roupas/bens para os mais pobres e necessitados? Certamente que os milhares (ou milhões) de euros investidos em cartazes apenas úteis por 15 ou 30 dias seriam bastante úteis para os casos que mencionei. Ou melhor, lembrarem-se do povo por 60 dias, e esquecê-los nos próximos 4 anos.

Por acaso encontrei 1 artigo na Internet que retrata aquilo que penso ( e julgo que grande parte do povo português partilha do meu ponto de vista), e citarei em seguida. Trata-se de um artigo publicado há mais de 8 anos, mas mesmo assim comprova que em 8 anos nada mudou (pelo menos na credibilidade política).

“Para que serve uma campanha eleitoral?
campanha:  Sim, para que serve uma campanha eleitoral?

Num mundo ideal, ou por outra, num mundo em que o actual sistema de democracia representativa fosse perfeito e funcionasse como é suposto funcionar, as campanhas eleitorais seriam desnecessárias. Porque em tal mundo, os cidadãos seriam mesmo cidadãos, e manter-se-iam informados e participativos na vida pública do seu país, região, cidade ou bairro. Em tal mundo, ninguém estaria indeciso na véspera das eleições, ou se estivesse não iria ser meia dúzia de anúncios ao detergente que lava mais branco… perdão… ao político que sorri mais luminosamente que iria fazê-lo decidir-se. Um cidadão é alguém que pensa pela própria cabeça e age em conformidade, portanto num mundo habitado exclusivamente por cidadãos não são necessários brindes, comícios, caravanas, jantares de apoio ou visitas de dirigentes partidários. Não é necessário convencer-se os incautos durante 15 dias, só para deixá-los esquecidos durante os anos seguintes.

Mas estamos num mundo que não é ideal. Um mundo habitado também por gente pouco instruída, por gente inculta, por gente alheada, por gente que reafirma tão continuamente que chega a parecer o proverbial disco riscado que “a política não lhe interessa”, muito embora seja essa mesma política que em boa medida determina a forma como vive e onde. E até durante quanto tempo.

Neste mundo imperfeito, compreender-se-ia a utilidade das campanhas eleitorais se nelas se discutissem ideias, projectos, opções. Se fossem aproveitadas para ensinar cidadania e para cumprir a democracia. Se fossem feitas por gente honesta.

Mas em vez disso, o que se vê é o anúncio ao sabonete, ao sorriso Pepsodent. O alardear de projectos mirabolantes que não se tem a mais pequena intenção de cumprir. O despejar de cascatas de promessas ocas para cima do eleitor desprevenido. O tacticismo mais abjecto. A demagogia mais vil. A luta pelo poder mais desbragada. Os ataques pessoais, a Fulano porque é isto ou a Sicrano porque não é. O aproveitar problemas locais em eleições nacionais e vice-versa. O eleger da irrelevância mais irrelevante ao fundamento mais fundamental. O ruído. O puro ruído sem consistência nem dignidade.

Assim sendo, para que servem as campanhas eleitorais?

Só se for para afastar ainda mais o eleitor da política…

in: http://www.regiao-sul.pt/noticia.php?refnoticia=7366 

 

 

Por isso questionamo-nos: Afinal para que serve uma campanha eleitoral se não salva o país?